[GAME] Speedrun: The Wild at Heart, Sable e Blasphemous 2

Ensaiei essas reviews por um bom tempo, pois ao mesmo tempo que queria registrar aqui a maior parte possível das mídias que tenho consumido, não achava que conseguiria fazer algo muito extenso para esses jogos a ponto de valer um post individual. Me pareceu a saída mais simples, então, juntar os três em uma mini-review, por mais que acabe saindo uma farofa com ovo e biscoito disso aqui. Mas esse é Mundinho Gummy, onde eu eu falo do que eu quero, porque é o meu blog, e não o seu.

Contém leves spoilers, e todos foram jogados no PS5.

THE WILD AT HEART


The Wild at Heart é um daqueles jogos que estavam na minha listinha de próximos a jogar fazia tempo, desde quando eu tinha só o Switch, mas por outras prioridades eu nunca acabei comprando. Quando ele entrou pro PS Plus, não pensei duas vezes e me agarrei no jogo.

Mesmo sendo curto, e com uma premissa que não parece tão original (crianças fugindo de casa e caindo num mundo mágico no meio da floresta), e até mesmo numa primeira impressão parecendo Pikmin Goes to Narnia, encontrei sim boas doses de originalidade no jogo, e também de muito carinho nos detalhes, da arte à trilha sonora aos personagens. E alguns diálogos conseguiram me arrancar leves sorrisos acompanhados de soltadinhas de ar pelo nariz, o que vale muitos pontos.


Os puzzles são bem dosados, as diferentes áreas do jogo suficientemente distintas para que você consiga ir e voltar sem se perder, e ele é recheadíssimo daqueles momentos de "ah-há!!" quando você entende finalmente o que fazer com aquele tipo de obstáculo que encontrou tanto antes. O combate, porém, poderia ser mais dinâmico do que jogar poções nos seus spritelings e jogá-los contra os monstros. Esses inimigos, inclusive, poderiam ser um pouco mais variados do que aquela coisa RPG dos anos 90 de lobo-normal, lobo-gelo, logo-fogo e lobo-grama que tinham a mesma sprite em cores diferentes. Talvez, porém, foi a intenção justamente referenciar essa era. Mas não me convenceu.

O jogo é curto, e me faz querer muito que haja uma sequência com um mapa maior, ainda mais conectado, e com uma história e inimigos menos genéricos. Os collectibles também não parecem trazer nenhum grande ganho, de modo que deixei várias das conquistas em aberto porque não via retorno nesse investimento. Tem muito potencial aqui, e talvez depois de ter chamado atenção com seu primeiro jogo, o time consiga investir mais em uma expansão dessas premissas iniciais.

⭐⭐⭐☆☆

SABLE


Acho que, nos últimos anos, nenhum jogo me gerou tantos mixed feelings quanto Sable. Antes de colocar as mãos nele, me parecia um jogo incrível: um grande mundo em ruínas para explorar em uma vibe entre Breath of the Wild e Gris, numa ambientação mais para o lado de Star Wars só que em um estilo de arte que bebe muito da fonte do francês Moebius, e com a trilha sonora produzida pela banda Japanese Breakfast. Parecia o game perfeito para Gummy, por Deus! O que poderia dar errado?

Bom, a performance. Ao mesmo nível que eu queria continuar explorando mais e mais o mundo de Sable, a taxa de frames do jogo, que já é naturalmente baixa, em alguns momentos beirava o stop-motion, e em algumas áreas maiores e complexas chegava a me dar até dor de cabeça. A câmera do jogo também não era das melhores, e a física do jogo gerava puzzles não-intencionais. 


Eu quase terminei o jogo, me forçando muito, pois a estética era estonteante e eu fiquei aguardando por um grande momento na plot do jogo que me fizesse sentir algo, seja surpresa, espanto ou empatia. Mas esse momento, até onde cheguei, nunca veio, e no fim me senti em um universo realmente em ruínas, mas porque faltavam pontes, recursos e um pouco mais de profundidade nos personagens, um pouco mais de conexão entre as diferentes cidades e profissões e até mesmo o objetivo de todas aquelas pessoas.

Os próprios "koroks" do jogo pareceram rasos, era meio óbvio onde encontrá-los e todo o mistério que surgiu ao encontrar o primeiro e ele se transmutar grotescamente, logo virou tedioso (inclusive pela longa animação seguida da tela explicando que você pegou um ovo aparecendo SEMPRE que você encontrava um deles). Parece, no fim, que o jogo foi lançado às pressas pra atender alguma deadline, ou simplesmente porque as pessoas por trás se cansaram dele, e o resultado foi aquele bolo solado de cenoura sem cobertura: não é ruim, mas ficou bem longe de todo o sabor e potencial que tinha pra alcançar.

⭐☆☆☆☆

BLASPHEMOUS 2


Depois de um fascinante início, com expansões gratuitas fantásticas, eu estava MUITO ansioso pelo segundo capítulo de Blasphemous. Ao ver o trailer, fiquei muito animado com a ideia de novas armas, visto que a lentidão do Penitente no primeiro jogo foi algo que me causou muita frustração, seja isso intencional ou não. Fiquei com um leve receio, porém, com a ambientação do jogo, que parecia um grande DLC e não um novo capítulo.

E com muito pesar, informo que essa sensação me acompanhou no jogo completo. Algumas áreas eram claros repetecos do primeiro jogo, inclusive todo o começo do jogo parecia grande releitura rasa, basicamente um Blasphemous (Taylor's Version). Depois de sair da primeira cidade, porém, fui ficando mais animado, e rapidamente explorei o mundo de Cvstodia. Talvez um pouco rapidamente demais: os obstáculos não eram difíceis, e me surpreendi ao conseguir derrotar vários chefes de primeira, enquanto no primeiro jogo isso nunca me aconteceu.


Os devs haviam sinalizado que fariam do jogo um metroidvania ainda mais metroidvania, e acho que nisso foi onde abriram mão do aspecto souslike do primeiro jogo, mas ao mesmo tempo também não tive tantos momentos woowww ao descobrir e conectar o mundo do segundo jogo como no primeiro. Talvez para quem for jogar este sem ter jogado o primeiro antes a percepção seja melhor, pois no final me senti em uma versão um pouco diluída do primogênito, e nem na história, nem nos inimigos, nem no mapa, eu me senti diante de algo mais grandioso que no primeiro. Talvez exceto pelos puzzles e obstáculos envolvendo as três armas, mas ainda assim não foi o suficiente pra me levar aos céus.


⭐⭐⭐☆☆

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